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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Delirium e dor

Esse é um resumo que fiz na pós-graduação sobre dor e delirium!

Delirium: síndrome mental orgânica transitória e flutuante, com início agudo, caracterizada por prejuízo global das funções cognitivas, reduzido nível de consciência, anormalidades na atenção, atividade psicomotora aumentada ou diminuída, e desordem no ciclo vigília–sono. Pode cursar com alterações no pensamento e sensopercepção. Wacker, P.; Nunes. P.V.; Forlenza, O.V. Delirium: uma perspectiva histórica. Rev. Psiq. Clín. 32 (3); 97-103, 2005.

Devemos nos perguntar se o pcte apresenta alteração do estado mental (aguda), se tem dificuldade em focar a atenção, pensamentos desorganizados, nível de consciência. Um paciente que já apresenta alteração na consciência deve ter um aumento súbito nesse estado para poder se caracterizado como delirium.
Pode ser: hiperativo (15%), hipoativo (19%), misto (52%), não característico (14%).
Características:
distúrbio da consciência, alteração do nível de percepção do ambiente, redução da capacidade para concentrar ou manter a atenção, distração, olhar vago, dificuldade em obedecer ordens.


ETIOLOGIA
Fatores predisponentes: idade, VM.
Fatores precipitantes: cirurgias, infecções.
Fatores etiológicos: distúrbios endócrinos, eletrolíticos, nutricionais, insuficiências.

DIAGNÓSTICO
CAM-ICU: Confusion Assesment Method.
Esse instrumento é utilizado em pcts graves e entubados, exceto quando em SAS 1 e 2 ou violento.



DOR
Receptores: propriocepção (músculos, cápsula, articulações, tendões), dor (terminações livres - nociceptores), frio (Krausser), calor (Ruffini), tato (Meissner), pressão (Paccini).
As sensações exteroceptivas são divididas no trato espinotalâmico lateral (dor e temperatura) e anterior (pressão e tato) nas vias ascendentes. A sensação passa pelo corno posterior da medula até o córtex parietal (no caso da dor), cruzando no bulbo (decussação das pirâmides) fazendo sinapse com o trato descendente que vão levar o impulso doloroso.
Sensibilidade proprioceptiva profunda consciente: após o trajeto na medula passa pelo cuneiforme ou grácil. Fascículo cuneiforme é responsável pela condução dos estímulos do tronco superior e membros superiores. Fascículo grácil é responsável pela condução dos estímulos do tronco inferior e membros inferiores.
Sensibilidade proprioceptiva profunda inconsciente: trato espinocerebelar.
Lobo frontal: identifica o significado da dor e fornece uma resposta emocional.
Lobo temporal: memória para dor.
Lobo parietal: localização e interpretação da dor.
Sistema límbico: resposta autonômica e afetiva da dor.

CLASSIFICAÇÃO
Dor aguda e crônica (temporal), referida e reticular (topográfica), neuropática e nociceptiva (fisiológica).
Dor aguda: início recente, sintoma de alerta, segue-se a uma lesão, desaparece com a resolução do problema, duração definida e limitada, respostas autonômicas, importante avaliar duração e intensidade, controle adequado, ansiedade.
Dor crônica: multifatorial, altera comportamento (sono, apetite, humor), lesão ou disfunção nervosa, duração longa, pode ser contínua ou decorrente, sem respostas autonômicas, depressão.
Dor nociceptiva: estimulação de nociceptores por processos traumáticos, deformidades, inflamatórios, infecciosos, doenças isquêmicas, entre outros. Nociceptores são fibras A-delta e C, os estímulos dolorosos podem ser mecânicos, térmicos ou químicos. Os nociceptores podem ser sensibilizados por estímulos químicos endógenos (substâncias algogênicas), como a serotonina, a substância P, a bradicinina, as prostaglandinas, e a histamina. A dor pode ser somática ou visceral. Dor Somática: sensação dolorosa "rude", piora com o movimento e melhora com repouso, é bem localizada e variável. Dor Visceral: é provocada por distensão de víscera, mal localizada, profunda, constritiva. Muitas vezes há dores locais referidas, como por exemplo, em ombro ou mandíbula relacionadas ao coração.
Dor neuropática: lesão nas vias nervosas periféricas, medula espinal, raízes nervosas. Pode ser episódica, temporária ou crônica, persistente. A dor neuropática manifesta-se de várias formas, como sensação de queimação, peso, agulhadas, ferroadas ou choques, podendo ou não ser acompanhada de "formigamento" ou "adormecimento" (sensações chamadas de "parestesias") de uma determinada parte do corpo. A dor por desaferentação é uma subdivisão da dor neuropática, que pode decorrer de algum tipo de dano ao sistema somatossensorial, como a dor fantasma e AVE.
Dor psicogênica: causadas por fatores psicológicos, é um diagnóstico de exclusão.
Dor de difícil controle é um fator preditivo para a dor crônica.
Barreiras no tratamento: opiofobia (medo da morfina), considerar que dor é normal.

--> Indicação de leitura: Dor On Line ; Saúde em Movimento