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sexta-feira, 30 de março de 2012

Fascite plantar

1. ANATOMIA – PÉ E TORNOZELO

• Antepé: formado pelos MTs e falanges. Suporta parte do peso corporal e participa ativamente da fase de balanço da marcha.
• Mediopé: composto pelo navicular, cuboide e cuneiformes. Se for mais plana, aumenta o apoio do peso na região do antepé. Conecta-se às outras regiões do pé pelos músculos e pela fáscia plantar.
• Retropé: é composto pela articulação subtalar (tálus e calcâneo), que permite os movimentos de prono/supino e inversão/eversão. A articulação talocrural (tíbia e fíbula com tálus) forma uma dobradiça que permite os movimentos de dorsi e flexão plantar. A pronação é uma junção dos movimentos de eversão, abdução e dorsiflexão. Já o movimento de supinação é a associação da inversão, adução e flexão plantar. Na corrida, o pé prona mais do que na marcha.

Obs.: Musculatura intrínseca do pé é aquela que se origina e se insere no pé. Lumbricais, interósseos, flexores dos dedos são alguns músculos intrínsecos.



1.1 A FÁSCIA
Tecido fibroso que cria um invólucro ao redor dos músculos, responsável pela manutenção do arco medial. A fáscia plantar se origina no tubérculo medial do calcâneo e se insere nas MTF, ela sustenta e é sustentada por músculos intrínsecos e ligamentos do pé. Por isso, a pronação excessiva que leva a uma extensão dos artelhos tensiona a fáscia, causando dor.

O tendão de Aquiles se insere no calcâneo, quando está muito tenso tenciona também a fáscia. Pés planos “puxam” a fáscia naturalmente, como na marcha o arco plantar dobra puxando a fáscia, aumenta a tensão podendo rompê-la.


2. FASCITE PLANTAR
É um processo degenerativo, podendo ser chamado de fasciose plantar.

2.1 FATORES
Obesidade, redução da dorsiflexão, tipo de sapato e pisada, postura no trabalho, corrida e fatores mecânicos do pé. Tanto na posição ortostática como na marcha, a extensão dos artelhos tensiona a fáscia. O movimento repetitivo do andar e correr pode causar microtraumas na fáscia plantar.

Pé cavo possui uma inabilidade de dissipar as cargas durante a caminhada e a corrida, já o pé plano não possui o arco, tensiona a fáscia plantar. O pé cavo pode apresentar um calcâneo varo, que pode estar associado a uma rotação externa da tíbia. Um calcâneo valgo (em pés planos) pode associar-se a rotação interna da tíbia, com tendência a flexionar os joelhos e aumentar a lordose lombar.

No idoso, está associada à fraqueza dos músculos intrínsecos e aquisição do pé plano. Indivíduos com diabetes podem sofrer de FP por conta de uma neuropatia periférica, que leva a uma atrofia muscular, pé cavo e alterações funcionais do passo.

2.2 SINAIS E SINTOMAS
Dor na “sola” do pé, localizada principalmente logo após o calcâneo; dor forte na primeira “pisada” da manhã, logo ao acordar; dor agravada ao permanecer muito tempo em pé, caminhando ou correndo. Quando a fáscia encontra-se inflamada, ao ficarmos em pé ela é tracionada, causando dor. Durante o sono, a inatividade dos dorsiflexores promove um encurtamento da fáscia plantar, o primeiro apoio promove um estiramento brusco da aponeurose, causando dor. Geralmente é unilateral.

Quando a fascite se torna crônica, pode-se desenvolver osteófitos na região do calcâneo (o famoso esporão). Esses osteófitos desenvolvem-se porque a fáscia plantar tracionada “puxa” a região óssea na qual se insere, causando um depósito de cálcio na região estressada (como parte do processo de cura do desgaste). Pode ter rigidez no tendão do calcâneo e pontos dolorosos na panturrilha.

2.3 DIAGNÓSTICO
Baseado no HMAP; dor na palpação da região ântero-medial do calcâneo; dor exacerbada na dorsiflexão.

Exames complementares: US, RX para excluir fratura do calcâneo por estresse, RM.

2.4 TRATAMENTO
• Calçado apropriado, com suporte do arco e calcanhar acolchoado
• Órteses (palmilhas)
• Massagem transversal na fáscia
• Alongamento de tríceps sural
• Fortalecimento da musculatura intrínseca do pé
• Fortalecer tibial anterior ajuda na dorsi e na inversão, o que reduz a pronação
• Marcha transferindo o peso para a região lateral do pé
• Exercícios proprioceptivos