A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a qualidade de vida (QV)
como a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e
sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos,
expectativas, padrões e preocupações. O conceito envolve o bem estar físico, mental, psicológico e
emocional, além de seus relacionamentos com a sociedade e com o meio em que
vive, incluindo suas condições de habitação. Essa definição mostra
que o conceito de QV é subjetivo, mostrando que pessoas diferentes podem
apontar aspectos positivos e negativos relacionados a um mesmo assunto. Esse
conceito tornou-se mais abrangente, sendo que o termo qualidade de vida
relacionada à saúde (QVRS) também pode ser utilizado atualmente. Esse termo
refere-se à percepção que o indivíduo possui em relação à sua doença e seus
efeitos em sua vida, incluindo a satisfação pessoal associada ao seu bem estar
físico, funcional, emocional e social.
O ambiente interfere na mensuração da QV de diferentes formas em
diferentes pessoas. Temos como exemplo a satisfação financeira, já que
indivíduos com grande poder aquisitivo podem não se sentirem mental e psicologicamente
bem, enquanto pessoas com uma menor renda podem ter uma vida plena e feliz.
Portanto, muitos fatores interferem na QV como satisfação profissional, hábitos
alimentares, prática de atividade física, condições habitacionais, saúde física
e psicológica, relações sociais e muitos outros.
É de extrema importância avaliar a QV populacional, para planejar
melhorias que afetarão mais a população. No que diz respeito à saúde no Brasil,
instrumentos específicos para avaliação de QV em diversas doenças têm sido
estudados e validados. Com esses instrumentos de avaliação, torna-se possível
construir um perfil de uma determinada população, sua relação com o meio e suas
expectativas. A elaboração desse painel na área da saúde nos possibilita traçar
objetivos e definir condutas específicas, tendo por base o comprometimento de
aspectos exclusivos do indivíduo.