CID: Classificação Internacional de Deficiências
CIF: Classificação Internacional de Funcionalidades
CIF: Classificação Internacional de Funcionalidades
E aí, qual a diferença?
A CIF tem um enfoque na funcionalidade do indivíduo, ou
seja, o que seu corpo ainda pode realizar, e não em suas incapacidades (como na
CID). A sigla exerce um papel positivo para a avaliação das condições de vida e
na inclusão social. Como? Simples, ao invés de agrupar as pessoas de acordo com
sua doença, passamos a agrupar de acordo com suas funções, fornecendo uma
linguagem comum aos profissionais.
Na minha cabeça “a coisa” funciona da seguinte forma: ao
chegar um pcte hemiplégico no consultório (médico, fisioterapeuta...), não
importa se é uma sequela de AVE ou TCE (claro que importa, mas não nesse
momento!), e sim as dificuldades que esse pcte apresenta (motora, linguística,
visual, etc...). Assim, tiramos o foco “doença” e passamos a focar na funcionalidade,
já que devemos sempre ter em mente que um indivíduo que teve AVE não é igual a
todos os outros, ele tem suas peculiaridades que o difere dos outros pctes. Vale
lembrar o clichê “cada pcte é um caso diferente” que nem sempre é seguido!
Entretanto, a CID continua sendo útil para quantificar os
casos de determinadas doenças, ou seja, é importante para a estatística! Sem
ela fica difícil saber quantos casos de dengue, por exemplo, foram encontrados
no Rio de Janeiro em 2012.
Como funciona a CIF?
Vamos lá, aplicar a CIF não é uma tarefa simples. Obviamente
não existe uma tabela como a CID, já que são considerados any fatores.
A pontuação ocorre da seguinte forma: para partes 1 e 2 classifica-se
de 0 a 4, sendo 0 nenhuma deficiência e 4 deficiência completa, presente em
mais de 95% do tempo que prejudica a vida diária. Pode-se pontuar também 8 (não
especificado) e 9 (não aplicável). Para a parte 3 qualificam-se as barreiras de
0 (nenhuma barreira) a 4 (barreira completa) e facilitadores de 0 a 4 também.
Ela é dividida em:
Parte 1a: Deficiências das funções do corpo
Avaliam as funções mentais, sensoriais, dor, voz e fala, sistemas e mobilidade.
Avaliam as funções mentais, sensoriais, dor, voz e fala, sistemas e mobilidade.
Parte 1b: Deficiências das estruturas do corpo
A pontuação é a mesma da primeira parte, dividindo em sistema nervoso, estruturas relacionadas a ouvido e olho, relacionadas à fala, relacionadas aos sistemas e movimento.
A pontuação é a mesma da primeira parte, dividindo em sistema nervoso, estruturas relacionadas a ouvido e olho, relacionadas à fala, relacionadas aos sistemas e movimento.
Parte 2: Limitações de atividades e restrições à
participação
Essa parte tem 9 itens, como cuidado pessoal, AVD, relações interpessoais, aprendizagem e vida social.
Essa parte tem 9 itens, como cuidado pessoal, AVD, relações interpessoais, aprendizagem e vida social.
Parte 3: Fatores ambientais
Auxílio ou empecilho de produtos, atitudes, serviços e outros.
Auxílio ou empecilho de produtos, atitudes, serviços e outros.
Além dessas 4 coletam-se dados referentes à doença, como
hospitalizações, medicamentos, como o sujeito se avalia, hábitos tabágicos e
alcoólicos, entre outros.
Ufa! Como podemos ver a aplicação da CIF é complexa, mas
bastante vantajosa. Com ela podemos traçar nossas condutas e objetivos
específicos para aquele pcte, de acordo com suas necessidades. Ela não é muito
adotada pelos profissionais da saúde no Brasil, devendo ser mais difundida! E
aí, vamos utilizar a CIF?!
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Referências
FARIAS, N.; BUCHALLA, C. M. A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial da Saúde: Conceitos, Usos e Perspectivas. Rev Bras Epidemiol. V. 8, n. 2, p. 187-93, 2005.
Checklist da CIF. Disponível em: <http://www.fsp.usp.br/cbcd/Material/CHECKLIST_DA_CIF.pdf>